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Arquivo para outubro, 2009

SALÃO OVAL COMPLETA 100 ANOS DE DECISÕES E ESCANDÂLOS

 
Foto: AFP
Kennedy brinca com seus filhos em 10 de outubro de 1962, no Salão Oval, na Casa Branca
 
O Salão Oval da Casa Branca, que se pudesse falar revelaria os bastidores de grandes decisões políticas e também segredos de alcova, completa 100 anos neste sábado. Segundo dados do Escritório do Historiador, um departamento do Executivo americano, foi em 31 de outubro de 1909 que foi mobiliada a sala que veio a se tornar o escritório do presidente dos Estados Unidos. A construção do pavilhão de escritórios da Casa Branca, que mais tarde passou a ser conhecido como a Ala Oeste da residência presidencial, começou em 1902, durante o mandato de Theodore Roosevelt.
 
Até então, o escritório do chefe de Estado americano ficava naquele que hoje é o Dormitório Lincoln. Foi William Howard Taft, que governou os EUA de 1909 a 1913, que ordenou a ampliação da Ala Oeste e a transformação da sala do chefe de gabinete, que era um meio círculo, em um escritório presidencial totalmente oval. De acordo com o Escritório do Historiador, a decoração inicial, predominantemente verde oliva, incluía um piso feito com madeira importada das Filipinas, cortinas de seda e veludo e poltronas acarpetadas com pele de rena.
 
Em 1929, um incêndio durante o mandato de Edgard Hoover obrigou o governo a reconstruir totalmente a Ala Oeste. Franklin D. Roosevelt, o presidente seguinte, optou por uma reforma que desse espaço para mais funcionários. As mudanças de Roosevelt incluíram a transferência do Salão Oval para seu lugar atual, na quina sudeste, onde anteriormente ficava a lavanderia. Com a inclusão de grandes vidraças, além de vistas para o lado sul e o lado leste, o presidente também passou a trabalhar com mais luz natural.
 
A reforma, concluída em 1934, também deixou o escritório ligeiramente maior, com 60 cm a mais de comprimento e outros 60 cm a mais de largura. Também foi depois do fim das obras que a sala ganhou o brasão presidencial. Desde então, a estrutura do Salão Oval não sofreu nenhuma nova alteração. Só a decoração é que mudou, já que praticamente todos os presidentes, com exceção de Eisenhower, Jimmy Carter e Barack Obama – pelo menos, por enquanto –, trocaram as cortinas e os tapetes.
 
Fã de golfe, Eisenhower chegou a destruir o piso original do escritório. Por causa disso, o revestimento foi trocado por linóleo. Depois, quando Ronald Reagan se cansou desse material, foi colocado um parque igual ao instalado inicialmente. Fotos como a aquela em que o pequeno John Kennedy Jr. saía de entre as pernas de seu pai debaixo da escrivaninha Resolute – feita com a madeira de uma fragata britânica e dada de presente pela rainha Vitória da Inglaterra – ficaram eternizadas.
 
Com a chegada da televisão, as imagens do escritório ficaram associadas a alguns dos momentos mais solenes da história recente dos Estados Unidos. Do Salão Oval, o presidente Kennedy informou a nação da crise envolvendo os mísseis cubanos, Richard Nixon anunciou sua renúncia após o escândalo Watergate e Reagan falou da desintegração da nave Challenger. Também entre as paredes curvas do escritório, George Bush pai declarou guerra ao Iraque em janeiro de 1990. Em março de 2003, George W. Bush fez o mesmo, um ano e meio depois de falar ao país na noite dos atentados de 11 de setembro de 2001.
 
Mas além de ter testemunhado alguns dos momentos mais importantes da história dos EUA, o Salão Oval também foi palco de alguns de seus momentos mais escabrosos. Mais que às guerras ao Iraque ou à renúncia de Nixon, o escritório, para muitas pessoas ao redor do mundo, está associado à estagiária Monica Lewinsky e sua “relação imprópria” com Bill Clinton. Os detalhes dos encontros entre a estagiária e o então presidente foram publicados no relatório do promotor Kenneth Starr, que descrevia o que acontecia no Salão Oval durante as visitas da estagiária.
 
 
Terra

 

GRUPOS DE EXTERMÍNIO JÁ MATARAM 212 PESSOAS NA DIVISA DOS ESTADOS

 
A atuação de pistoleiros tirou a vida de 212 pessoas na região de divisa entre Paraíba e Pernambuco em sete anos. Os números fazem parte do relatório da Promotoria de Justiça de Itambé (PE) sobre as mortes por grupos de extermínio, entre 1999 e 2006, em Itambé e Timbaúba (PE), e ainda Pedras de Fogo e em Juripiranga (PB). O documento foi encaminhado, na semana passada, à Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal para sustentar a federalização do caso Manoel Mattos. Os integrantes da Comissão receberam, na tarde de ontem, 21 denúncias envolvendo crimes de extermínio, tortura e exploração sexual de crianças e adolescentes na Paraíba. A audiência pública aconteceu no auditório da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), em João Pessoa.

O presidente da Comissão, o deputado federal Luiz Couto, afirmou que 67 das 212 mortes registradas na “divisa do medo” não chegaram a virar inquérito policial por falta de identificação de mortos e autores dos crimes de extermínio. “As pessoas mortas são queimadas e o cadáver é jogado de um Estado para outro. As vítimas ainda têm regiões decepadas do corpo, como braços e pernas, e depois essas partes são entregues aos familiares das vítimas de grupos de extermínio”, detalhou o parlamentar paraibano, Luiz Couto.

Segundo Luiz Couto, o relatório da promotora de Itambé, Rosimery Souto Maior, vai servir de base para que a investigação da morte do vice-presidente do PT pernambucano, Manoel Mattos, passe à esfera federal. “A ministra do Superior Tribunal de Justiça, Laurita Vaz, solicitou, em agosto, à Procuradoria Geral de Justiça da Paraíba um relatório sobre o caso Manoel Mattos, mas até agora as informações não foram entregues à ministra para federalização das investigações. O procurador Oswaldo Trigueiro já se comprometeu a passar os dados”, disse Luiz Couto. O relatório da Promotoria de Justiça de Itambé será entregue ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e ao Ministério Público do Estado e Polícia Federal.

Ontem, o deputado Luiz Couto e o ouvidor Nacional de Direitos Humanos, Fermino Fecchio, receberam 21 denúncias de violação de direitos humanos na Paraíba. O ouvidor da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República classificou como alarmante o quadro da segurança pública na Paraíba. “A situação é insustentável e alarmante. Os crimes existem na Paraíba, mas não são encontrados os autores. Um exemplo é que, neste ano, já foram assassinados 12 travestis na Paraíba”, afirmou. Fermino anunciou que, em dezembro deste ano, uma comissária  da Organização das Nações Unidas (ONU) vai visitar a Paraíba para cobrar punição aos acusados de violação de direitos humanos.

Na audiência, o deputado Luiz Couto e a diretora de Direitos Humanos do Centro Oscar Romero, Valdênia Paulino, afirmaram que podem formalizar, em Brasília, o pedido de intervenção do governo federal na segurança pública da Paraíba. “A Paraíba merece a intervenção do governo federal porque não tem segurança”, enfatizou a diretora do Centro, que fica em Santa Rita. A medida seria para esclarecer crimes e garantir a proteção de testemunhas ameaçadas de morte.
 
 
Da redação do Jornal da Paraíba

 

DENÚNCIA DE TRÁFICO SURGIU EM 2002

Conforme relatórios pesquisados pela Folha,
o tráfico de adolescentes e de meninas da Amazônia para Boa Vista e Venezuela
começou em 1995, mas somente em 2002 passou a ser de conhecimento público
quando várias mães começaram a denunciar o desaparecimento de suas filhas em
Manaus (AM). A pressão dessas mães, com apoio da
imprensa, obrigou a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente do
Amazonas a agir. Chegou-se a uma quadrilha internacional de traficantes de
meninas que atuava – e continua atuando até hoje – em Manaus, Boa Vista, Guiana
e Venezuela. Hoje a atuação se ampliou para Suriname, onde também há garimpos.

Na época, quatro pessoas foram indiciadas
por tráfico e exploração de menores, entre elas dois amazonenses e duas cafetinas
de Roraima, proprietárias das extintas boates Afrodite e MC. Nessa época, foi
de fundamental importância a atuação do presidente do Conselho Tutelar de Boa
Vista, Leandro Farias, que por meio da Folha começou a denunciar a quadrilha.
Depois de receber ameaças de morte, ele teve que deixar Roraima.

Atuando em conjunto com a polícia
amazonense, Leandro Farias conseguiu resgatar seis adolescentes de Manaus nas
boates que pertenciam aos quatro acusados. As meninas eram mantidas em regime
de semi-escravidão, obrigadas a trabalhar pesado para pagar o dinheiro da
passagem. Conforme a denúncia das próprias adolescentes, elas estavam sendo
preparadas para trabalhar na Venezuela e na Guiana.

Na época, uma das garotas de 15 anos de
idade denunciou a existência de um esquema de venda de documentos falsos em Boa Vista, com
participação de policiais, e na Praça do Relógio e no Bar do Castelinho, em Manaus. Ela também foi
ameaçada e hoje ninguém sabe dizer seu destino. Todos os acusados responderam o
processo em liberdade e continuam a atuar na Venezuela e em Boa Vista. Outras
pessoas passaram a ser investigadas, inclusive há vários processos no
Ministério Público Federal em Roraima, que está fazendo um levantamento
detalhado sobre o assunto.


Garota ‘vende’ colega por R$ 600,00

Ela tem 14 anos e “fugiu” de casa duas
vezes, quando de forma voluntária foi morar no abrigo feminino, há cerca de
dois anos. Na escola já brigou com outras meninas e feriu a diretora no braço.
Até hoje ela pula o muro da escola para fazer programas sempre com homens bem
mais velhos e que “tenham carrões”. T. G. mora no bairro Calungá com a família,
que já perdeu qualquer forma de controle sobre a garota. “Meus pais não agiram
quando ela dava problema na escola e agora não sabem mais o que fazer”, disse a
irmã de 21 anos, que por ter nome semelhante apresenta as mesmas iniciais.

T. conheceu cedo esse mundo de aliciamento
que ronda as escolas públicas. E, não por coincidência, é prima de uma das
acusadas do esquema de pedofilia desmontado pela Polícia Federal, em 2008,
cujos presos foram empresários, um oficial da Polícia Militar e o ex-procurador
do Estado, Luciano Queiroz. Até hoje, a garota viaja para a fronteira
com a Venezuela, mas ela insiste em dizer que é apenas para “se divertir e
tomar cerveja”. Acompanhada sempre de um celular, o aparelho toca
insistentemente e, algumas vezes, ela se afasta para atender a ligação. Há dois
anos nessa vida, ela se encaminha para se profissionalizar nesse ramo.
Recentemente, literalmente “vendeu” uma amiga virgem por R$ 600,00 para um
homem, identificado pela irmã dela como “um velho que tem dinheiro”.

A irmã disse que já acompanhou a
adolescente numa festa particular fechada, onde se reúnem geralmente homens da
sociedade que aliciam meninas. Ela afirmou que a exigência da irmã para que
fosse à festa era dizer que tinha 15 anos de idade. Com seu biotipo aparentando
ser bem mais nova, não foi difícil sustentar a mentira. “Um deles me perguntava a toda hora se eu
tinha mesmo 15 anos”, disse. “Anotei telefone de alguns e nome de quase todos
que estavam na festa. Pensei em denunciar, mas não deu coragem”, complementou
ao narrar os problemas que a caçula de 14 anos dá para a família

 

JESSÉ SOUZA

Jornalista

folhabv.com.br

 

TRÁFICO DE MULHERES

Rota em Roraima nunca foi desmontada

Foto: Arquivo/Folha

 

Transmuambeira é uma estrada de terra que
passa por

detrás dos postos de fiscalização na
fronteira com a Venezuela

Aliciar mulheres e adolescentes para a
prostituição em Boa Vista
virou profissão para algumas pessoas que passaram a viver exclusivamente desse
ramo. E não se trata apenas de conseguir mulheres para atender clientelas de
hotéis, autoridades e pessoas da elite local. As cafetinas e cafetões há muito
tempo tornaram-se os principais contatos de tráfico de mulheres para garimpos e
boates da Venezuela, Guiana e Suriname.

O mais impressionante é que os primeiros
casos comprovados de tráfico de seres humanos surgiram em 2002, mas até agora
não houve ninguém punido pela Justiça. Desde aquele ano, Roraima sempre aparece
nas 145 rotas de prostituição infantil e de adolescentes, nacionais e
internacionais, dados divulgados pela Pesquisa sobre o Tráfico de Mulheres, Crianças
e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual (Pestraf), realizada por ONGs, a
partir de um estudo piloto da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Histórias de garotas aliciadas por cafetinas
não faltam em Roraima. Já
em 2002, uma das principais rotas identificadas na região Norte foi localizada
entre Manaus (AM) e Boa Vista. Meninas de 12 a 17 anos eram aliciadas em Manaus e
trazidas para Boa Vista com promessa de emprego como garçonete ou programas com
custo inicial de R$ 100,00. Depois, eram levadas para boates da Venezuela e da
Guiana, onde o programa ultrapassaria o valor de US$ 300.

Até hoje esse esquema está ativo, com os
mesmos personagens atuando, mas reforçado por outras pessoas (quase todas com
nomes fictícios) que passaram a ser recrutadas para que as ações não ficassem
concentradas nas mesmas pessoas, desta forma contribuindo para dificultar as
investigações policiais e o trabalho do Ministério Público Federal. Enquanto as autoridades roraimenses não saem
do discurso de tornar Roraima uma grande rota de exportação de riquezas para o
Caribe, cafetões e cafetinas já fazem essa rota traficando mulheres, exportando
inclusive adolescentes aliciadas para servir o mercado do sexo europeu.

Conforme
o relatório da Pestraf, a região Norte do País apresenta o maior número de
rotas (76), seguida da região Nordeste (69), Sudeste (35), Centro-Oeste (33) e
Sul (28). A Espanha é o principal destino deste tráfico, com 32 rotas
identificadas. Em seguida, a Holanda (com 11 rotas), a Venezuela (com 10) e a
Itália (com 9 rotas). Quem abastece as 10 rotas venezuelanas é Roraima. De lá,
muitas mulheres conseguem seguir para a Europa.

Roraima como rota tem um motivo particular: a
facilidade com que se atravessa fronteira, seja pela deficiência na fiscalização
ao longo da BR-174 ou por existir uma estrada clandestina na fronteira com a
Venezuela, chamada de “Transmuambeira”; e ainda porque é fácil corromper
guardas e militares venezuelanos. Empresários europeus, com destaque para
Espanha e Portugal, costumam viajar pessoalmente para os balneários do Caribe e
na cidade industrial de Puerto Ordaz recrutarem adolescentes e mulheres
brasileiras.

A fronteira com a Venezuela é especialmente
preferida pelas quadrilhas de traficantes europeus porque nas boates venezuelanas
pelo menos 80% das prostitutas são brasileiras. Em Santa Elena de Uairén,
há boates que só trabalham com mulheres brasileiras, a fim de atender esse tipo
de clientela. Não existem estatísticas nem relatório que
confirmem um número aproximado de mulheres traficadas, pois não há controle
rígido na fronteira. As adolescentes trazidas de Manaus e outras daqui mesmo,
de Boa Vista, atravessam a fronteira em táxi até Santa Elena do Uiarén por meio
da Transmuambeira, uma estrada de terra que passa por detrás dos postos de
fiscalização da Receita Federal, da Polícia Federal e do Ministério da
Agricultura. 

Essas garotas passam uma temporada em boates
de Santa Elena e depois seguem de ônibus e em pequenos aviões para os
balneários do Caribe e para as cidades garimpeiras e industriais da Venezuela.
Na fronteira, de maneira informal, todos sabem desse grande esquema, inclusive
de valores: cada menina custa, em média, R$ 1.500,00, podendo chegar a mais se
for menor de idade e “sem experiência no mercado”.

 

JESSÉ SOUZA

Jornalista

folhabv.com.br

 

EXÉRCITO TIRA ESPAÇO DE EMPREITEIRA

Solução temporária se tornou arma do governo
para acelerar obras de infraestrutura e concluir projetos

O que começou como uma solução temporária
para acelerar as obras de infraestrutura tem se transformado em uma das
principais armas do governo federal para concluir os projetos. Nos últimos três
anos, a transferência de obras para o Exército cresceu cerca de 900% e elevou a
receita anual de R$ 40 milhões para mais de R$ 400 milhões. A demanda tem sido
tão forte que, em alguns casos, o serviço precisa ser terceirizado por falta de
mão de obra.
A expansão da carteira de projetos, que beira
os R$ 2 bilhões, tem causado inveja até mesmo às grandes construtoras, que
torcem o nariz e contestam o avanço do Exército no setor. No total, os
militares estão à frente de 92 obras, que vão de simples recapeamento de rodovias
ao desafiante projeto de transposição do Rio São Francisco, no Nordeste. Há
ainda construção de aeroportos, ferrovias e obras portuárias.

Na semana passada, os números foram
reforçados por mais um contrato firmado com o Batalhão de Engenharia de Construção
(BEC), que vai elaborar o projeto básico de um contorno ferroviário no
Aeroporto de Viracopos, em
Campinas. As obras de reforma em pistas e pátios do Aeroporto
de Guarulhos também devem ser repassadas aos militares, conforme manifestou o
ministro da Defesa, Nelson Jobim, no início do mês. O Exército admite, porém, que alguns
batalhões estão com a capacidade no limite. Segundo o general de brigada, José
Claudio Fróes de Moraes, diretor de Obras de Cooperação, hoje 4.219 militares
trabalham nos inúmeros canteiros de obras espalhados pelo País, além de 624
servidores civis e 520 funcionários contratados por empresas terceirizadas.

As subcontratações ocorrem quando o batalhão
responsável pela obra está sobrecarregado ou quando o projeto exige uma especialidade
que o Exército não tem. Mesmo nesses casos, os serviços são monitorados pelos
militares, já que devem seguir os padrões das Forças Armadas. Moraes explica que a demanda maior de obras
vem do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do
Ministério dos Transportes. Das 92 obras, 54 são construções rodoviárias. A
principal delas é a recuperação da BR-101 Nordeste, cujo investimento soma R$
697 milhões. Outra obra importante é a pavimentação da BR-163, a chamada
Cuiabá-Santarém.

No total, o Exército está recuperando ou
construindo 1.207
quilômetros de estradas em todo o País, com orçamento de
R$ 1,66 bilhão, observa o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot. Ele
explica que uma obra feita pelas Forças Armadas normalmente fica entre 18% e
20% mais barata que a de uma construtora. Isso porque os soldados já estão na
folha de pagamento do Estado. O custo da obra resume-se aos materiais e
contratações de alguns serviços, como as terceirizações.

Mas Pagot também justifica a transferência de
obras para as Forças Armadas pelo fato de os projetos estarem localizados em
áreas de difícil acesso, como na Amazônia, ou quando há divergências em
processos licitatórios. O executivo reconhece, entretanto, que algumas vezes o
repasse funciona como um instrumento para equilibrar o mercado. “Em alguns
casos, fizemos licitações e não tivemos interessados. Apenas depois que
colocamos o Exército, a obra se tornou atrativa para as empresas”. A
informação, porém, é contestada pelas construtoras, que veem perda de espaço
para os militares.

Isso porque nos últimos anos, os batalhões
passaram a abocanhar projetos mais sofisticados, como é o caso da transposição
do Rio São Francisco, obras nos portos de Imbituba e São Francisco do Sul e a
construção de um novo aeroporto em São Gonçalo do Amarante (RN). Para aumentar ainda mais a tensão entre as
construtoras, agora os Estados também resolveram aderir aos serviços do
Exército. As obras dos novos ramais da ferrovia Ferroeste no Paraná, cujo
principal acionista é o governo do Estado, deverão ser tocadas pelos militares.
O plano de trabalho foi discutido sexta-feira pelo Exército e o presidente da
Ferroeste, Samuel Gomes.

 

Renée Pereira

  

EXÉRCITO SE TORNA PILAR DE SUSTENTAÇÃO DO PAC

Você não sabia ?

Pois agora já vai saber…


JOÃO PESSOA – Preocupado em garantir, diante
dos impactos da crise financeira, a continuidade dos investimentos nas obras do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ao mesmo tempo em que enfrenta
dificuldades com o Tribunal de Contas da União para manter o repasse de
recursos a projetos do programa onde o órgão detectou irregularidades, o
governo federal encontrou uma válvula de escape rápida e barata para dar vazão
às necessidades do cronograma planejado pela Casa Civil: o Exército brasileiro.

Por meio de uma série de acordos entre o
governo federal e as Forças Armadas, diversas obras do PAC têm sido tocadas
pela Diretoria de Obras de Cooperação (DOC) do Exército. Em todo o país, já são
80 os projetos, a grande maioria deles parte do PAC, executados pelos batalhões
de engenharia. Entre estas obras, estão o projeto de integração do Rio São
Francisco, a restauração da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, e da BR-163,
que liga Cuiabá a Santarém (PA), além da reconstrução do aeroporto de Natal e
do porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. O
Exército abocanha, hoje, o equivalente a 5% dos recursos para obras do
Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Um repasse
anual próximo dos R$ 200 milhões.


Fardas

O JB visitou um desses canteiros onde homens
fardados substituem operários da construção civil tradicionais. Dos 320 quilômetros da
BR-101, que liga Natal ao Recife, em obras de restauração e duplicação, 140 quilômetros
estão sob a responsabilidade da engenharia do Exército. A DOC assumiu três dos
oito trechos da rodovia originalmente licitados para a iniciativa privada. Os
lotes, como são chamados os trechos, foram entregues aos militares após
seguidas impugnações dos processos de licitação.

O governo tinha a intenção de iniciar as
reformas ainda em 2003, muito antes do lançamento do PAC. Mas bastava uma
empresa sair derrotada de uma licitação para impugnar o processo e exigir
outro. Em 2005, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou: se as
empreiteiras não entrassem em acordo ou não respeitassem o resultado das
licitações, iria entregar as obras para o Exército. Dito e feito. Imediatamente,
a briga entre as construtoras no restante dos lotes cessou.

Os interesses acirrados em torno das obras da
BR-101 se justificam pelos valores envolvidos no projeto. Só a parte do
Exército está estimada em R$ 500 milhões. A obra como um todo custará algo
próximo de R$ 1,5 bilhão. A mão-de-obra militar empregada pela DOC na BR-101
supera mil homens. Fora o que a engenharia do Exército, a exemplo do que
costumam fazer as empreiteiras, terceiriza para outras empresas. No caso da
rodovia, principalmente construções como pontes, viadutos e passarelas.

 

Concreto

O trabalho na rodovia consiste na restauração
do asfalto da via já existente e, a grande novidade da obra, na duplicação da
BR, não com asfalto mas com concreto, a chamada pista rígida. Enquanto o
asfalto dura no máximo 10 anos e precisa de manutenção constante, o concreto,
em condições adequadas, pode ter uma durabilidade de até 50 anos e com muito
menos trabalho de manutenção. A diferença é suficiente para que, mesmo custando
R$ 2 milhões o quilômetro, a pista rígida ainda leve vantagem sobre a flexível,
cujo custo por quilômetro não costuma passar dos R$ 800 mil.

Embora o governo aposte cada vez mais no
Exército como uma solução eficiente para driblar não só os custos de obras do
PAC mas dificuldades envolvendo licitações de projetos do programa, os
militares não estão livres de muitos dos problemas que afligem as empreiteiras
privadas. Na BR-101, a
DOC tem redobrado de esforços para conseguir cumprir o cronograma. Ao longo dos
trechos percorridos pelo JB, mesmo que fosse possível encontrar locais em fases
avançadas das obras, parte ainda passa pelos estágios iniciais da duplicação,
como a terraplenagem.

Entre as maiores dificuldades que tiraram o
sono da engenharia do Exército, estão o volume excessivo de chuvas no ano, a
lentidão dos processos de obtenção de licença ambiental e a desapropriação de
residências localizadas na margem da rodovia – mais de mil famílias já foram
relocadas – além dos solos moles encontrados em alguns dos trechos. – Apesar das dificuldades, o Exército
brasileiro cumprirá esta missão dentro do prazo estipulado pelo presidente –
promete o disciplinado coronel Tito Tavares, comandante do 1º Batalhão de
Engenharia e Construção. A previsão da DOC é que, até o fim do ano, algo entre
40 e 45 quilômetros
dos 140 sob encargo das Forças Armadas seja entregue. O prazo final para
conclusão das obras vai até abril de 2010 para alguns dos trechos.

 

Raphael Bruno, Jornal do Brasil

PAC: EXÉRCITO SAI MAIS BARATO DO QUE CONSTRUTORAS

Você não sabia ?

Pois agora já vai saber…


JOÃO PESSOA – A atuação dos militares na
região não deve nada à de gigantes da construção civil presentes em outros
lotes da BR-101, empresas do porte de Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e
Odebrecht. Pelo contrário: a pavimentadora de concreto usada pelo Exército na
obra, e que foi importada da Alemanha por R$ 4,5 milhões, é considerado
equipamento de ponta em tecnologia de construção de rodovias, e o número de
máquinas semelhantes nas mãos da iniciativa privada brasileira não passa de
três.

A usina de asfalto em uso pelo Exército na
BR-101 já foi sondada por empreiteiras para ser empregada em obras como a
construção de novos setores do Rodoanel, em São Paulo. Engenheiros
militares são constantemente assediados pelas construtoras e trocam o trabalho
de farda pelo mercado privado, de olho em salários até quatro vezes maiores. –
Não tem problema, não ficamos chateados – concede o general Jorge Ernesto
Praxe, comandante do Grupamento de Engenharia de João Pessoa. – Faz parte da
função social do Exército.


Em conta

A execução, pelo Exército, das obras, costuma
sair, de acordo com o diretor de Obras de Cooperação do Exército, general José
Cláudio Fróes de Moraes, de 10% a 15% mais em conta do que quando a iniciativa
privada entra em
cena. Legalmente, são as leis complementares 97/1999 e
117/2004 que tratam da organização das funções das Forças Armadas. Elas abrem a
possibilidade do emprego do Exército em obras ordinárias.

– Uma das funções principais do Exército é
adestrar-se, estar preparado para realizar, quando necessário, seu trabalho –
sublinha o general. – Neste caso, está o mesmo trabalho de engenharia que
faríamos durante uma guerra. A diferença é que estamos fazendo isso sem tiros
disparados contra nós, o que facilita.

A parceria entre o governo e as Forças
Armadas se ampliou tanto nos últimos meses com o PAC que começa a sobrecarregar
a engenharia do Exército. – Já estamos operando praticamente com nossa
capacidade total de operação – informa o general Fróes. – Mas é claro que
fazemos o possível para atender a novas solicitações. Mesmo trabalhando próximo do limite, a
engenharia do Exército começa a articular para se manter entre as opções
preferenciais da União para a execução de obras. A DOC pleiteia, agora,
participação nos projetos de continuidade da duplicação das rodovias do litoral
nordestino.

 

Raphael Bruno, Jornal do Brasil

 

PROPOSTA PARA LIVRAR DA PRISÃO PEQUENOS TRAFICANTES TEM APOIO DO GOVERNO

Coisa de gênio!

No Globo Online. Comento:

O Ministério da Justiça decidiu apoiar o fim da
pena de prisão para pequenos traficantes de drogas que não tenham cometido atos
de violência e não apresentem vínculo com organizações criminosas. Caberá ao
deputado Paulo Teixeira (PT-SP) assinar o projeto. O texto ainda está em estudo, mas também deve
exigir que os réus apresentem bons antecedentes para ter direito à pena
alternativa. O secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça,
Pedro Abramovay, disse esperar que a mudança seja aprovada até a metade do ano
que vem.

– Nós sabemos o que acontece nos presídios: as
pessoas são detidas com pequenas quantidades de droga e acabam entregues de mão
beijada para as organizações criminosas. É preciso separar o pequeno do grande
traficante. Não haverá projeto de iniciativa do governo, mas vamos apoiar a
proposta de mudança no Congresso – disse Abramovay.

A ideia é mudar a lei para oferecer penas
alternativas a essas pessoas, o que evitaria que elas sejam recrutadas pelas
facções que dominam muitos presídios brasileiros. Para o deputado Paulo
Teixeira, a alteração na lei antidrogas permitirá que polícia, Ministério
Público e Judiciário concentrem esforços no combate ao crime organizado. Ele
disse que a proposta não é ideológica e visa a tornar mais eficiente a
repressão aos grandes traficantes.

– O aparato do Estado deve ser mobilizado para
pegar os peixes grandes, não os pequenos. Estamos prendendo muitos bandidos
pés-de-chinelo e sobrecarregando a polícia e a Justiça. É uma questão
pragmática que precisamos enfrentar – disse.

Comento

Pensem comigo. Faz todo sentido! É lógica pura!
Como é que o Brasil vai combater os grandes traficantes? Ora, soltando os
pequenos!

AS ELEIÇÕES ESTÃO CDHEGANDO! ESSE NÃO SERÁ REELEITO

TEXTOS DE REINALDO AZEVEDO

VEM AÍ O PAT – PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO
TRÁFICO

O projeto que livra a cara dos “pequenos (?)
traficantes” será assinado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Embora ele
certamente concorde com a tese, é só uma espécie de laranja da idéia. Ela
nasceu mesmo foi no Ministério da Justiça, de que é titular Tarso Genro, aquele
que já atuou como uma espécie de advogado informal de Cesare Battisti, o
homicida italiano. Tarso é assim: onde houver uma boa causa, ele está lá.

Ora, gente, por que tanto espanto? Nova York
reduziu drasticamente o crime prendendo grandes e pequenos bandidos, coibindo
tanto o crime grande quanto aquele antes considerado irrelevante. Até São Paulo
— digo “até” porque a esquerdopatia dominante tenta esconder o fato de que o
índice de homicídios em São
Paulo caiu 70% em 12 anos — é um bom exemplo de que, quanto
mais bandido dentro da cadeira, menos crimes fora dela. Que coisa espantosa,
não?

Embora a gente tenha jabuticaba, pororoca e
Tarso Genro, a lógica funciona no Brasil também. Mas o país sempre procure
fazer o contrário do que ela indica. Ora, o que vai acontecer com o “pequeno
(?) traficante” quando for solto? Vai procurar emprego, é claro! Vai querer
carteira assinada. Volto àquele negócio do fatalismo. Acreditamos que há forças
superiores às quais ninguém resiste: uma delas é trabalhar para o bem do
Brasil, não é mesmo? Vejam o caso de muitos políticos: entre o trabalho e a
política, escolheram o quê?  O “pequeno (?)
traficante”, tadinho, não havia descoberto ainda que pegar no batente é muito
mais gostoso do que vender uns papelotes e umas trouxinhas. E também rende
mais, não é mesmo?

“Como, Reinaldo? Você está sugerindo que é mais
fácil ganhar a vida no crime?” SUGERINDO ??? EU NUNCA SUGIRO NADA !!! EU SEMPRE
AFIRMO !!! EU ESTOU AFIRMANDO QUE É MAIS FÁCIL GANHAR GRANA SENDO CRIMINOSO DO
QUE SENDO TRABALHADOR.

E é por isso que o risco tem de ser enorme,
entenderam? Caiu? Dançou! Cana no bicho! É um clichê, eu sei. Mas o fato é que
o crime não pode compensar.  O diabo é
que, no Brasil, ser trabalhador rende menos e pode ser até mais perigoso. Sem
contar que, se o coitadinho conseguir um salariozinho um pouquinho melhor, que
lhe permite morar em algum conjugado na periferia, já é obrigado a pagar
Imposto de Renda. A bandidagem, por óbvio, não tem de contribuir…

Sem trocadilho, o “pequeno (?) traficante” está
iniciando uma carreira, não é mesmo? Solto, vai poder se especializar. Ou
alguém acha que ele vai se dedicar à leitura de Schopenhauer? A proposta
explica por que chegamos aqui. Mas eu estou certo de que haverá um programa de
acompanhamento para o companheiro iniciante no tráfico. Sugiro o programa Bolsa
Pó ou Bolsa Maconha. Ou, então, o PAT: Programa de Aceleração do Tráfico.

JORNALISTA FRANCINETE SILVA FAZ CIRURGIA E RECEBE ALTA DA UTI


Os médicos recomendam repouso a Francinete

A jornalista Francinete Silva de Jesus, que
foi submetida a uma cirurgia na cabeça na última sexta-feira, para a retirada
de um coágulo sanguíneo, procedimento realizado no Hospital do Coração, em
Natal (RN) recebeu alta da UTI I na manhã desta terça-feira (27) mas continua
internada naquela casa hospitalar. Seu estado de saúde é estável. A cirurgia foi feita usando o método de
embolização, com sucesso. O procedimento médico foi feito pela equipe dos
doutores Eduardo Ernesto (chefe da equipe), Guilherme Lucas, João Neto e
Nilson, todos com doutorado na França. O trabalho foi acompanhado pelo
professor Luc Pidard, da Université Nenry Poit Canné, da cidade de Nancy, na
França.

De acordo com a equipe médica a jornalista
apresentou todas as condições favoráveis ao procedimento cirúrgico, que foi
feito pelo SUS, tendo sido agilizada pela doutora Joaquina Amorim, coordenadora
do Centro de Referência Regional de Saúde do Trabalhador (Serest), em Campina Grande
(PB). A profissional de imprensa tem o plano de saúde Unimed, mas este se
recusou a pagar as despesas, alegando que não cobria tal procedimento. Por enquanto os médicos recomendam repouso
total para Francinete, que já tem marcado novo exame para o dia 24 de novembro
próximo, quando seu quadro de saúde será avaliado após a cirurgia. Não há
previsão de quando ela poderá voltar para Campina Grande ou para o trabalho, e
nem se poderá continuar trabalhando.

ENTENDA O CASO

Francinete foi vítima de um derrame há um
mês, quando estava trabalhando na redação do Jornal da Paraíba. Seus familiares
dizem que tudo foi motivado após várias cobranças de sua editoria sobre suas
matérias. Segundo o esposo da jornalista, João Leôncio, as cobranças davam
conta de que os textos assinados por ela não tinham conteúdo, não estavam de
acordo com a pauta sugerida e não tinham estatísticas.

Diante das cobranças e reclamações constantes
Francinete sentiu fortes dores de cabeça e foi levada para o Hospital João
XXIII, onde foi medicada e liberada, mas no dia seguinte, como as dores
continuaram, ela foi socorrida novamente, desta vez para a Clínica Santa Clara,
onde os médicos constataram o derrame. A diretoria de base do Sindicato dos
Jornalistas Profissionais da Paraíba em Campina Grande
disse que a entidade entrou com uma ação na Justiça contra o Jornal da Paraíba,
para apurar como o caso aconteceu e se realmente a editoria de Francinete teve
alguma influência na alteração de seu estado de saúde. Além disso, tal diretoria de base confirmou
que o sindicato divulgou uma nota de solidariedade e denúncia sobre o caso, mas
apesar dos esforços da equipe de redação do rededenoticias.com, nenhum panfleto
foi encontrado na cidade.

 

Apolinário Pimentel